César o desespero a lhe tomar todos os músculos do corpo, fazendo acelerar o ritmo cardíaco. Suas mãos um tremor; quis metê-las nos bolsos, mas o calor. Ocupou-se em atualizar a ficha de exercícios do senhor que ainda na esteira assistia distraído à televisão, esperou passar os minutos mas eram ainda as anilhas fora de lugar esparramadas pelo chão, o sujeito que se movia de um aparelho a outro como se flutuando em outra dimensão de espaço.Conto publicado na revista Carta Fundamental, nº 25, em fevereiro de 2011.
Em 1994, a coleção de 'cards'. Sabia decorado o nome de quase todos os jogadores. Gostava principalmente dos goleiros. Ouvia todos acusarem os frangos de Taffarel, mas via uma muralha. O jogo contra a Holanda, interminável. A final nos pênaltis: escondida atrás do sofá por não saber conter a ansiedade.Crônica publicada na Revista Fazenda da Grama, edição 19, em maio de 2010.
Morremos. A literatura permanece. Os personagens vivem para sempre. Eis a sina de todo escritor. Voltamos ao Odradek de Kafka, silenciosamente dizendo tudo o mais que se poderia dizer sobre a literatura e o tempo. Porque a idéia que ele possa nos sobreviver é sempre quase dolorosa.Artigo sobre as possibilidades da literatura. Publicado em 05/07/2008 na seção "Palavra" do Le Monde diplomatique Brasil Online.
Alguns poderiam dizer que saber toda a história antes de escrever tira toda a graça da escrita. Mas literatura policial é um troço assim. É um artesanato com uma técnica.Artigo sobre meu processo de criação e organização de ideias ao escrever minhas histórias policiais. Publicado em 22/02/2008 na seção "Palavra" do Le Monde diplomatique Brasil Online.
Nenhum escritor está disposto a se colocar como um escritor menor, um mero escritor de literatura de entretenimento. Dos poucos escritores brasileiros de literatura policial, a maioria ainda pretende se colocar uma importância que não deveria ter.Ensaio sobre a literatura policial brasileira. Publicado em 18/01/2008 na seção "Palavra" do Le Monde diplomatique Brasil Online.
E não seria impossível pensar que um grupo de incas houvesse escapado do conflito com os espanhóis, tomado o rumo do Atlântico, e. Mas os guaranis? Aceitei ajudar. Que fosse essa busca pelo inimaginável, capaz de me atirar fora da rotina.Conto publicado na edição de dezembro/2007 da Revista Pesquisa FAPESP.
Até que ponto é possível reduzir o gênero policial a um punhado de características?Ensaio sobre as origens e desdobramentos da literatura policial. Publicado em 30/11/2007 na seção "Palavra" do Le Monde diplomatique Brasil Online.
Não era moça de esperar que o mundo acontecesse por ela. Avisou o gato que voltava tarde; que ela sabia das vontades de escritores? Pensou que o autor poderia ao menos lhe dar uma dica, e deixou-se estar na saída do prédio, parada na calçada e sentindo o vento frio de um tempo anormal em meio de outubro.Conto publicado em 27/10/2007 na seção "Palavra" do Le Monde diplomatique Brasil Online.
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